Amor pelo poder ou o poder do amor?
- Armando Lourenzo
- 20 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
São Tomás de Aquino sugeriu que há dois tipos de política. A política do poder do amor e a política do amor ao poder.
Isto me faz pensar que possam existir líderes que tem amor pelo poder e outros que acreditem no poder do amor.
Tem uma questão que me acompanha durante toda a minha vida profissional:
Será que alguns líderes não têm apenas amor pelo poder?
É claro que temos de ter paixão, amor, propósito dentro do nosso trabalho para que ele deixe de ter o peso do trabalho comum e se transforme em uma atividade que tenha prazer e com significado.
A questão é que não podemos confundir amor com adoração. Adoração pode cegar e fazer com que pessoas em posições de liderança deixem de agir com a razão pelo simples fato de quererem fazer algo porque é importante somente para elas ou por um capricho individual.
Talvez um dos piores males dentro do ambiente corporativo seja a vaidade. Mas não a vaidade estética que é natural das pessoas. Os índios se pintam para celebrações, é natural.
Estou falando da pior parte da vaidade, na qual as decisões são unilaterais, autoritárias e têm sentido apenas para quem decide, mesmo achando que está fazendo o bem.
Sim, o bem na visão dele.
Quantas vezes você já foi prejudicado por uma decisão inconsequente e que muitas vezes não há m motivo racional. A justificativa real da decisão é: a decisão foi tomada porque sim, simples assim.
As decisões arbitrárias e baseadas no ego podem provocar consequências muito ruins para as pessoas. Mesmo que o líder ache que está fazendo bem. Esse pode ser o início dos ditadores.
Na liderança atual a regra de ouro não deveria ser tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratados e sim como elas gostariam de ser tratadas.
Entendo que algumas decisões são tomadas pelo líder por diversas razões e claro compreensíveis.
Tome muito cuidado para não amar o poder e sim refletir sobre como os líderes podem decidir de forma mais coerente.
Neste caso penso que o poder do amor deve ser levado em conta e é um bom ponto de partida para reflexões dos líderes.
Reflita sobre isto.
Armando Lourenzo é Doutor em Administração e Mestre em Recursos Humanos pela FEA/USP. Professor, Escritor e Palestrante.
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