Seu Chefe Tem Seu Perfil?
- Armando Lourenzo
- 7 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Leio diversos artigos e pesquisas sobre desenvolvimento de Liderança, além de conhecer dezenas de programas de liderança sempre com o objetivo de desenvolver líderes capazes de impactar nos negócios da empresa e liderar seus talentos de forma a engajá-los e prepará-los para as atividades do presente e do futuro.
A responsabilidade dos líderes é muito grande de fato. E a dos colaboradores, não é?
Os Líderes são humanos, têm suas limitações. É importante que os colaboradores também pratiquem seu autoconhecimento de modo a perceber onde podem melhorar para aprenderem com as várias situações que vivenciam nas empresas. Lidar com as frustrações faz parte do desenvolvimento das pessoas e portanto, determinadas situações que as pessoas passam são importantíssimas para o crescimento individual ou como time.
Dentro das limitações emocionais de cada um e partindo da premissa de que os Líderes devem ter comportamentos dentro de critérios legais e de princípios morais, os colaboradores também têm a responsabilidade pelo autodesenvolvimento.
O mundo ideal seria o de que todas as empresas tivessem programas de desenvolvimento de pessoas, mas isto não é a realidade e portanto a iniciativa, passa a ser palavra de ordem, fazendo com que os profissionais possam obter treinamentos em plataformas digitais sem custo, aconselhamento por parte de profissionais mais seniores (sim, existem vários, bastando apenas a atitude para contatá-los) e aprender com as situações vividas (experiências são vitais para o desenvolvimento real das pessoas).
A experiência não tem uma relação direta com a idade e sim com a intensidade da vivência em determinadas situações reais, mesmo que do cotidiano. Como exemplo, se uma pessoa tem cinquenta anos, habilitação há 32 anos e dirige somente alguns domingos por mês em um trânsito pouco complexo, terá menos experiência do que uma outra com 25 anos, habilitação há 7 anos e que dirige 8 horas por dia de segunda à sábado em um trânsito complexo. Uma pessoa pode dizer que tem 25 anos de experiência profissional, mas pode significar na prática 01 ano de experiência e 24 anos de repetição do que aprendeu no primeiro ano profissional.
Não se pode esperar que os funcionários tenham líderes dentro do perfil dos próprios colaboradores e sim entender que esta diversidade de perfis e estilos é valiosíssima para a formação profissional de cada pessoa dentro da sua jornada de carreira e que este amadurecimento terá reflexos positivos também na sua vida pessoal.
Os colaboradores devem conhecer suas potencialidades e limitações e aprenderem a lidar com cada uma delas para terem relacionamentos interpessoais mais saudáveis e produtivos com seus pares e gestores.
Todos têm de assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento da carreira, sejam líderes ou liderados.
Criticar os líderes é muito comum e em diversas situações talvez estas críticas tenham sentido, mas isto não elimina a possibilidade dos colaboradores aprenderem a lidar com algumas situações difíceis na relação entre líder e liderado, desde que respeitadas condições de estrutura emocional, aspectos morais e de legalidade no relacionamento.
Os colaboradores têm de assumir o protagonismo de suas carreiras para poderem crescer profissionalmente.
Seria melhor trabalharmos somente com pessoas iguais?
Teríamos crescimento pessoal e profissional?
Seria possível talvez em uma pequena empresa, mas e em uma grande?
A não ser que estas grandes fossem administradas como um conglomerado de pequenas empresas, mas isto é assunto para outro artigo.
Seu chefe tem seu perfil?
Talvez seja melhor que não. Pense nisto.
Armando Lourenzo é Doutor em Administração e Mestre em Recursos Humanos pela FEA/USP. Professor, Escritor e Palestrante.
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