Desafios do Processo de Profissionalização
- Armando Lourenzo
- 2 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
A profissionalização na empresa familiar é uma etapa difícil de ser implementada, sobretudo na ampliação deste conceito para uma abordagem profissionalizada, em que existam mudanças nos critérios gerenciais, nas relações entre a família e a gestão e nas regras de ingresso e de manutenção dos familiares na empresa.
As dificuldades mais frequentes podem ser refletidas por:
Não conhecimento, por parte dos dirigentes, para fazer a empresa transitar de uma gestão pioneira para uma gestão profissionalizada.
Falta de funcionários adequados para ocupar as futuras funções.
Dificuldade em descentralizar o poder por parte do fundador.
Muitos são os problemas com os quais as empresas familiares defrontam-se para o desenvolvimento do programa de profissionalização da gestão. A dificuldade mais apontada nas minhas pesquisas é o não conhecimento, por parte dos dirigentes para fazer a empresa transitar de uma gestão pioneira para uma gestão profissionalizada.
A falta de conhecimento por parte do dirigente da empresa de pequeno porte para profissionalizar a gestão administrativa é uma característica marcante, sobretudo quando a organização cresce e encontra limitações no corpo gerencial da empresa. Quando é adicionado o aspecto família no processo, o fato fica ainda mais complicado de ser administrado, pois falta conhecimento para a sua condução.
A segunda dificuldade que mais aparece nas pesquisas é a falta de funcionários adequados para ocupar as futuras funções. Esse quadro parece refletir a situação nacional em que se tem um conjunto de mão-de-obra desqualificada e despreparada para o trabalho nas empresas.
Com a necessidade da profissionalização, essa dificuldade é ressaltada com muita propriedade, pois as atividades deverão ser desempenhadas por pessoas sem condições de fazê-las, o que muitas vezes acaba incorrendo em um outro problema: uma condição de trabalho inadequada para realizar a descentralização da gestão.
A dificuldade em descentralizar o poder por parte do fundador é um ponto que pode impactar o processo de profissionalização.
Esta dificuldade parece refletir que o fundador tem presença significativa em todos os aspectos, sendo difícil dissociar, muitas vezes, a organização da personalidade do fundador.
Com relação ao processo de profissionalização o papel do fundador é muito importante, pois para o programa ser desenvolvido, deve ser autorizado acima de tudo e em todos os sentidos, por este.
As relações internas na empresa, os critérios gerenciais e os padrões de relacionamento entre a organização e a família sofrerão alterações profundas, transportando-se basicamente para situações mais formais.
Nesse sentido, os comportamentos pessoais dos participantes dos dois sistemas (família e empresa) também têm de ser modificados, sendo o apoio do fundador condição básica para a realização das mudanças.
Armando Lourenzo é Doutor em Administração e Mestre em Recursos Humanos pela FEA/USP. Professor, Escritor e Palestrante.
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