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O Papel dos Fundadores na Sucessão

  • Foto do escritor: Armando Lourenzo
    Armando Lourenzo
  • 9 de abr. de 2018
  • 2 min de leitura

Os fundadores e possíveis sucedidos ocupam um lugar de destaque na sucessão, sobretudo porque é indicado que o processo ocorra enquanto seu estado de saúde permita que este conduza o processo.


O processo começa com o fundador. Vários aspectos devem ser observados em sua atuação: concorrência entre a família e o esforço despendido pelo sucedido em relação à empresa; estilo de vida; relacionamento com a empresa e com a comunidade externa.


Um dos pontos de destaque dos fundadores é a sua influência sobre os demais participantes das esferas família e empresa.


A personalidade do fundador é marcante, fazendo da empresa uma instituição semelhante às suas próprias características pessoais como: autoritário ou liberal; distante ou familiar; divergente ou convergente; inflexível e egocêntrico ou altruísta.

O nível de influência do fundador é amplo, fazendo com que a cultura organizacional receba forte interferência, a tal ponto que mesmo com a sua ausência, determinados valores ou atividades de trabalho permaneçam inalterados.


Esse quadro pode inclusive dificultar a gestão do sucessor indicado, ou escolhido, em razão das mudanças organizacionais necessárias, em função do novo comando e da situação de mercado. Estas podem esbarrar em uma cultura enraizada no perfil do proprietário-fundador. O grupo inicial não só é escolhido pelo fundador, mas compartilha da visão e dos valores do empreendedor.


A conscientização do fundador, que deverá em um período determinado passar o comando da organização, não só é o primeiro passo como um dos mais importantes, pois a sua resistência pode se tornar um grande problema para a ascensão dos sucessores. Esse aspecto é resultado de uma profunda ligação entre o fundador e a empresa, sendo difícil ver uma separação entre as duas.


A separação, mesmo após a conscientização não deve ser vista como total e imediata. Ou seja, a saída não precisa ser de maneira rápida ou mesmo repentina, devendo então a aposentadoria ou a sucessão serem planejadas.


A saída do fundador pode ser paulatina, o que contribui na preparação do terreno para o sucessor assumir o comando de fato com o apoio do próprio dirigente. Mas também não pode ser demorada a ponto de não permitir que seja aproveitado o melhor momento para o desempenho do sucessor na sua futura função.


O fundador pode resistir muito em iniciar a transferência tendo a sucessão uma possibilidade, então, de se realizar de maneira abrupta e sem os cuidados exigidos por um planejamento estudado e avaliado pelo fundador, que é uma pessoa que possui muitas informações para o gerenciamento do processo.


A conscientização do fundador neste sentido ocupa um papel imprescindível para a redução desta resistência tão comum nestes casos. Esta resistência pode estar baseada no temor do fundador em ver destruída não apenas a empresa, que é constituída das características e valores do proprietário-fundador, mas a materialização de seu sonho,


Este primeiro passo é sem dúvida um grande desafio para o fundador e que muitos herdeiros não compreendem.


Armando Lourenzo é Doutor em Administração e Mestre em Recursos Humanos pela FEA/USP. Professor, Escritor e Palestrante.

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